Narrar não é só organizar a história. É viver dezenas de personagens.
O narrador também interpreta - e não é pouco
Quando se fala em interpretação no RPG, muita gente pensa logo nos jogadores. Vozes, gestos, decisões dramáticas. Mas tem alguém na mesa que interpreta o tempo todo mesmo quando ninguém percebe.
Esse alguém é o narrador.
Narrar uma aventura não é só organizar a trama. É dar vida ao mundo. E isso inclui personagens. Muitos personagens.
Cada NPC é um papel
Quando você narra, cada vez que um personagem secundário fala, age ou reage, você está interpretando. Pode ser o estalajadeiro que dá informações. O vilão que desafia o grupo. O aliado que hesita no momento decisivo.
Você não precisa fazer vozes diferentes ou encenações completas (a não ser que queira). Mas precisa transmitir emoção, intenção, verdade.
O jogador vê o mundo pelos seus olhos. E esses olhos falam com a voz dos NPCs.
Você não precisa saber tudo, só sentir quem eles são
Não é necessário criar fichas completas pra cada personagem. Às vezes, tudo o que você precisa é uma ideia clara:
- Esse personagem é direto e impaciente.
- Esse outro fala devagar, mas observa tudo.
- Esse aqui esconde algo, mas finge simpatia.
- Esse personagem é direto e impaciente.
- Esse outro fala devagar, mas observa tudo.
- Esse aqui esconde algo, mas finge simpatia.
Com isso em mente, você consegue reagir como eles. Improvisar. Criar falas espontâneas. E manter a coerência sem ficar preso.
O Narrador também joga
Narrar não é estar acima da história. É jogar com ela.
Quando um NPC muda de ideia, trai o grupo ou se sacrifica, é você ali, interpretando. Você está criando momentos marcantes junto com os jogadores. E muitas vezes, é isso que transforma uma aventura em algo memorável.
O narrador não é só um contador de histórias. Ele é um artista de bastidor. Um ator invisível. Um jogador que vive o jogo através de dezenas de vozes e rostos.
Se você está narrando, lembra: você também está interpretando. E não é pouco.